DATA E HORA

domingo, 4 de dezembro de 2011

JOSÉ AIRES DE ALMEIDA - MOSSORÓ

JOSÉ TINHA 16 ANOS QUANDO COMEÇOU A EXTRAIR O LEITE DA SERINGUEIRA
Aos 86 anos,(2010)  seu José Aires de Almeida foi um “soldado da borracha”. O tempo não conseguiu apagar de sua mente, ainda lúcida apesar da idade, os horrores vividos por ele e milhares de homens recrutados pelo Governo Federal para servir à Pátria durante a 2ª Guerra Mundial em meio às matas da região amazônica.

Ele relembra os momentos difíceis, desde o embarque em sua cidade natal, Mossoró, no Rio Grande do Norte, até a sua chegada a Belém. E diz com orgulho, que o amor incondicional pelo pai, Manoel Aires, o levou aos campos da extração do látex. “Meu pai foi convocado para servir. Eu tinha 16 anos e não poderia ir, mas um homem disse que pelo meu tamanho passaria como maior de idade. Então fui colocado na lista dos recrutados e acompanhei meu pai”.Após 15 dias de viagem, o destino de seu José foi o município de Anajás, onde passou dois anos coletando o leite das seringueiras. Ele conta que durante este tempo muitos homens morreram vítimas de doenças como malária, febre amarela e outras patologias. Sem recursos médicos e dinheiro, eles não tinham como voltar para casa e terminavam seus dias longe da família e eram enterrados no meio da mata fechada.Os “soldados da borracha” viviam em regime de escravidão. Levados a locais distantes, a promessa era de salário digno, alimentação, e assistência médica e odontológica, o que nunca acontecia. “Vivíamos sem direito a nada, e todo mês, nos cobravam dívidas com comida e remédios. Desta forma, sempre estávamos nas mãos dos seringalistas”. “E ai de quem se atrevesse fugir. Era caçado como bicho nas matas e morto pelos capangas”.Para resgatar a dignidade e a cidadania de muitos “soldados”, a Defensoria Pública do Pará, através do defensor público Carlos Eduardo Barros, está desenvolvendo o projeto “Soldados da Borracha” que visa garantir o direito a benefícios como aposentadorias e pensões vitalícias a “soldados” e seus familiares. O defensor explica que para verificar se a pessoa foi um “soldado”, a Defensoria teve acesso a um arquivo nacional do Rio de Janeiro, que possui uma lista com mais de 10 mil nomes de pessoas recrutadas em todo o Brasil. E em posse desta listagem, é possível identificar o beneficiado. “Seu José Aires guardou todos os documentos e já está recebendo sua aposentadoria”. Porém, mesmo com o nome constando na lista, é necessário que as pessoas apresentem documentos que comprovem que foram soldados ou pelo menos três testemunhas que comprovem a situação. Após a comprovação é realizado um procedimento administrativo que em seguida é encaminhado ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que analisará os direitos. Caso seja beneficiado, o soldado ou a família, receberá o valor correspondente a dois salários mínimos. “Sabemos que muitos não possuem mais documentos, mas é necessária qualquer espécie de identificação, para que não haja fraudes”. O BENEFÍCIO – REGRAS- Têm direito ao benefício ex- soldados da borracha, viúvas, ex-companheiras, filhos menores de 21 anos e filhos inválidos que comprovem através de documentos ou testemunhas que foram “soldados da borracha”.- O valor pago pelo INSS é fixado em dois salários mínimos.- Segundo o defensor, 60 mil homens foram recrutados para o serviço e 30 mil morreram nas matas, vítimas de doenças, picadas de cobra, entre outros problemas.- O primeiro momento do projeto será no município de Alenquer, no Baixo Amazonas, com a realização de uma audiência pública, mas o projeto é itinerante e vários municípios serão visitados.
FONTE: DIÁRIO DO PARÁ

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